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SANGUE, FEITICEIROS E ESPÍRITOS
Por Antonio Tadeu - Editor
Magia sempre foi algo presente em todas as culturas da humanidade por eras a fio. Proveniente do desejo de realizar o impossível, somado à imaginação de ser capaz de desafiar as leis do universo, o sobrenatural até hoje fascina as pessoas em inúmeras formas. São quase infinitas as obras que abordam o tema, variando sempre o método de como algo assim poderia ser possível dentro de sua história. Em “A Feiticeira do Castelo”, o sistema arcano talvez possa ser bem definido com uma palavra, a mesma que é um de seus temas centrais e que rege a trama. Essa palavra é “conexão”.
Nossa história começa quando a feiticeira Marie Blackwood, dona de uma loja de artefatos místicos e de uma alcunha e passados sombrios, recebe uma incumbência irrecusável da igreja: ensinar magia para o jovem Theo Edison, de treze anos. Theo é levado até ela preso e amordaçado, quase como um cão raivoso, mas é revelado que é apenas a mais pura definição de “garotinho inocente”.
Mas, aos poucos, ele vai compreendendo como a magia é feita e como o seu sangue tem relação com todos os seus infortúnios. Quando questionada sobre o motivo de não usar magia para arrumar sua loja, Marie explica que não vale a pena. Para fazer magia é necessário entrar em contato com os espíritos que habitam o mundo e fazer um contrato para que eles realizem o milagre requisitado. Entretanto, além disso ser um tanto complexo, no mundo atual, em que “abre-se uma torneira e água sai, liga-se um interruptor e luz surge”, a magia parece cada vez menos necessária.
Nisso, se descobre que Theo na verdade é portador de algo tido como uma “maldição”, que é conhecida como “Sangue da Justa Indignação”. Seu sangue funciona como um forte aditivo para o poder dos espíritos, atraindo-os e até mesmo fazendo com que se descontrolem. É justamente por isso que, mesmo em seu curto tempo de vida, ele passou por tantas aflições e tormentos a ponto de desejar não ter existido…
É nesse ponto que Marie intervém. Apesar de inicialmente não estar muito disposta a tutelar o jovem Theo, ela acaba empatizando com ele por conta de seu próprio sofrimento e decide mostrar que o “Sangue da Justa Indignação” não é uma maldição, mas sim uma bênção. E assim a história segue…
Em seu âmago, “A Feiticeira do Castelo” é uma história sobre o valor das conexões. A começar pela magia, que é feita quando alguém se conecta a um espírito e consegue dele a ajuda para realizar algo mágico. Entretanto, mais importante que isso são as conexões humanas que são apresentadas, de Marie, Theo e outros personagens, que vão vivendo, se conhecendo e se transformando, realizando assim o verdadeiro milagre, que acontece profundamente, por meio do amor humano.
John Tarachine ou, como também pode ser chamado, John Taratsumi, é um artista reconhecido por seu estilo marcante .Responsável por obras como “Umi ga Hashiru End Roll”, “Good Night” e “I love You”, Tarachine encanta seus leitores sem dificuldades em seus mais diversos trabalhos.